O LED e o mercado em expansão

14 dez

Categoria: Técnico

O LED e o mercado em expansão

Alfredo Bomilcar e Georges Blum (*)

 

Com sua consolidação para economia de energia e com a crescente melhoria em sua eficiência, o LED e a iluminação LED vêm se tornando cada vez mais populares e com isso seus custos caem a cada ano. Além disso, vêm ganhando cada vez mais versatilidade e, consequentemente, mais alternativas em sua aplicação.

No ano de 2017 vimos uma expansão impressionante do LED e da iluminação LED, que invadiram e caíram no gosto popular para as mais diversas aplicações, sejam em lâmpadas, luminárias (internas, externas ou públicas), projetores ou mesmo em lustres de aplicação decorativa.

Para mensurar o que estamos falando, o mercado global de luminárias LED representou, em 2014, US$ 24 bilhões e se projeta um crescimento de 10% ao ano até 2022, atingindo US$ 45,6 bilhões. Estima-se que as luminárias internas representem 70% do total do mercado de luminárias (Fonte: Revista Lumière Electric, ed. 219, Ago/16).

Com a certificação das lâmpadas LED em 2016, houve um incremento no mercado de luminárias internas de quase 95%, ou seja, partimos de aproximadamente 16 milhões de unidades em 2015 para quase 31 milhões de unidades importadas em 2016 (Fonte: Abilumi – Aliceweb/RFB). Neste mesmo período, as lâmpadas se mantiveram no patamar de 131 milhões de unidades importadas.

Para 2017, prevemos uma importação de 60 milhões de unidades (41,4%) contra 145 milhões de unidades de lâmpadas, mostrando um crescimento muito maior das luminárias internas. E para 2018 prevemos 120 milhões (75%) e 160 milhões de unidades respectivamente. Em 2019, estimamos que a quantidade de luminárias internas possa ultrapassar a de lâmpadas LED, ou seja, a tendência é de um grande crescimento anual.

Para tal, vejamos as tendências da última feira mundial de iluminação, ocorrida recentemente, no mês de Outubro, em Hong Kong – a Hong Kong Lighting Fair, a maior feira de iluminação do mundo. Segundo a HKTDC – Conselho de Desenvolvimento do Comércio de Hong Kong e organizador da feira -, o evento tem mais de 3.000 expositores, a Feira Internacional de Iluminação de Hong Kong, apresenta ótimas perspectivas comerciais na indústria de iluminação.

Quem visitou o evento este ano pode observar também uma perfeita sinergia entre o design, a iluminação, o hardware e os negócios de melhorias para casas, neste particular um crescimento de produtos chamados de “IoT” (Internet of Things), que podem ser comandados a distância.

Pavilhão da Hong Kong Lighting Fair, a maior feira de iluminação do mundo, com cinco andares de exposições. (Crédito: Divulgação)

 

Na Hong Kong Lighting Fair também tivemos a oportunidade de ver que o LED trouxe de volta a versatilidade das lâmpadas incandescentes com filamento led, com a vantagem da economia de energia e a versatilidade de aplicações, que antes somente se conseguia com as lâmpadas neon, e também por não usarem nenhum equipamento auxiliar para seu acendimento e com duração muito maior.

Os lançamentos atraem centenas de milhares de pessoas, técnicos, designers, arquitetos e interessados em iluminação, que vêm de todos os continentes e podem encontrar no mesmo local um verdadeiro mapa indicativo de quais serão as principais tendências de iluminação para os anos seguintes.

Outra grande novidade que podemos citar da edição de 2017, além do crescimento das luminárias, são os produtos para horticultura. Este é um mercado a ser explorado e que ainda é muito carente de conhecimento técnico, mas vem crescendo na Europa e nos Estados Unidos, onde existe uma necessidade maior de alimentos. Há uma grande variedade de produtos, desde downlights até painéis, onde podemos ter várias temperaturas de cor a um clique no interruptor, fazendo com que a lâmpada ou luminária possa transformar meu ambiente sem ter que investir muito em diversos produtos diferentes.

O interesse por produtos com aplicação solar também foi um destaque, onde pudemos ver que teremos luminárias públicas, projetores que poderão ser aplicados nos mais distantes locais de países que tem deficiência de fornecimento de eletricidade, usando a energia solar, tornando a iluminação inclusiva mesmo nos locais mais distantes.

Os LED´s estão ficando mais eficientes e passando por muitas evoluções tecnológicas, como LEDs até 30% mais eficientes, evolução dos LED´s filamentos em aplicações em novos substratos como grafeno, que proporcionam mais flexibilidade aos desenhos internos, se aproximando das lâmpadas “retrô”, projetos de design que buscavam aconchego e novos cenários dentro da nossa casa, aplicando materiais antigos e naturais até o uso abusivo do plástico.

Os produtos que são inspirados na estética dos anos passados, os retrôs, mas que usam tecnologias atuais. Por exemplo, produtos que mudam de intensidade e cor ao comando de celular, interruptor ou a distância pelo computador. Ou ainda lâmpadas de LED que além de fazerem o papel de iluminação podem ser usadas como balizadores na falta de energia, tocar música ou ainda gastar pouco na conta de luz, mudando a intensidade de luz ao comando do interruptor.

Outra combinação útil e curiosa são luminárias que podem ser usadas como pendentes, de sobrepor ou embutir, nos designs que conhecemos e em novos designs como as “UFO”, em formato de disco voador.

Se de um lado o LED nos abre um grande horizonte de oportunidades em sua aplicação, por outro lado nos acende um sinal amarelo enorme no sentido de fixar regras para que produtos sejam seguros e duráveis, pois os produtos desta tecnologia não serão trocados pelo final de vida, mas pela grande rotatividade em termos de novidades que se apresentam cada vez que visitamos uma feira deste tamanho.

Estamos próximos de produtos que conversarão entre si, com nossos dispositivos móveis e outros, chamados “IoT”, e que para que não tenhamos maiores problemas, precisaremos de muito mais conhecimento, trabalho técnico e de pessoas que se dediquem a padronizar tecnologias para que esta realidade seja viável logo, para mais pessoas e em um futuro muito próximo.

 

Alfredo Bomilcar é Engenheiro Eletricista, consultor de empresas e coordenador do Comitê Técnico da Abilumi.

Georges Blum é presidente-executivo da Abilumi e Engenheiro de Produção.

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