Categoria: Técnico
Por Arthur Grellet (*)
Nos dias atuais, as lâmpadas elétricas deixaram de ser um elemento de segunda necessidade e passaram a ser protagonistas. Apesar de a iluminação fazer parte de nossas vidas desde o início dos tempos até os momentos atuais, a maioria da população ainda define a compra pelo parâmetro errado.
O ideal seria sempre a consulta a profissionais capacitados, como lighting designers e arquitetos especializados em iluminação. Entretanto, em nosso cotidiano não temos como contar com esses profissionais, nem tampouco faz sentido acionarmos um especialista no tema a cada lâmpada que substituímos em nossa residência.
Atualmente, as possibilidades dentro do campo de iluminação são diversas e um bom projetista de iluminação sempre vai procurar avaliar a necessidade do usuário, bem como a arquitetura do ambiente, sempre considerando os aspectos de níveis de ofuscamento, conforto visual, destaques de peças decorativas, níveis de iluminância, índice de reprodução de cor, temperatura de cor, níveis de refletância do ambiente, aproveitamento da luz natural, etc.
Mas depois que um projeto de luminotécnica é entregue, como fazer para repor a iluminação após uma falha?
Hoje existem diversas opções de tecnologia, umas mais eficientes do que outras, e a evolução tem sido cada vez mais veloz, porém nem sempre acompanhada pelo público. Nesse sentido, o consumidor acaba definindo sua compra pela potência equivalente em watts.
Sem dúvida a potência de um produto elétrico é uma informação de extrema importância para o consumidor, pois indica o quanto de energia um produto consome para transformar a energia elétrica em energia luminosa, no caso das lâmpadas. Entretanto, as tecnologias avançam no sentido de se tornarem mais eficientes, consumindo menos energia para gerar cada vez mais luz, aumentando, assim, a eficiência energética e trazendo redução na conta de energia.
Então afinal qual seria o parâmetro correto para adquirir um produto de iluminação?
A resposta é simples, mas ainda pouco utilizada na prática: considerar a relação entre lúmens emitidos pela fonte luminosa.
Afinal, quando o produto de iluminação é substituído, nos deparamos com a necessidade de obter certa quantidade de luz quando o parâmetro a ser utilizado é o fluxo luminoso, definido por lúmens ou por seu símbolo (lm).
Sendo assim, quando analisarmos a compra do produto, devemos olhar a quantidade de fluxo luminoso emitido e a partir daí definir dentre os produtos oferecidos aquele que apresentar a menor necessidade de potência necessária para produzir aquela quantidade de luz.
Assim, conseguimos optar pelo produto mais eficiente, ou seja, aquele que irá ajudar na redução do consumo na conta de energia.
Infelizmente, por tradição histórica, criou-se a cultura de que produtos com maior potência seriam aqueles que iluminam mais. Entretanto, a pergunta que devemos fazer é: Qual a quantidade real de luz que preciso?
Muita luz atrapalha na questão do conforto visual, gerando excesso de informação enviada ao cérebro. Por outro lado, pouca luz nos faz forçar a visão, podendo dessa forma nos prejudicar. O ideal é sempre buscar o produto ideal, dentro da sua real necessidade e, assim, evitar desconforto ou danos ao sistema visual.
Arthur Grellet é gerente de engenharia de iluminação, atua há mais de 10 anos no desenvolvimento e controle de qualidade de produtos de iluminação. Foi responsável pelo projeto e implementação da primeira fabrica de lâmpadas LED no Brasil. Atualmente é Diretor Técnico da Associação dos Importadores e/ou Fabricantes de produtos para iluminação (Abilumi).